ESTUDO
NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 14
Presb. Rubens
Cartaxo Junior
Igreja
Presbiteriana de Natal
RECORDANDO:
Autor: desconhecido;
Destinatários: Líderes judeus
que aceitaram a mensagem de que Jesus era o Messias, mas que estavam
titubeantes em sua decisão, visto que a maioria dos judeus não aceitaram tal
mensagem, e estavam considerando retornar à antiga fé.
Propósito: Restaurar a
confiança dos irmãos e fortalecer a convicção de que tinham tomado a decisão
correta.
-
Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e como homem, o Filho de
Deus. É apresentado como superior aos anjos, superior a Moisés e a Josué, e o
autor faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente e
insta seus leitores a permanecerem firmes na fé. Fazendo uma ponte com o A.T.,
o autor apresenta Jesus como Sumo Sacerdote. No estudo anterior, vimos as bases
da nossa confiança: Jesus é nossa âncora. Ademais, Ele é um sumo sacerdote
único e perfeito.
-
Além disso, o autor deixa claro a seus leitores que as leis cerimoniais, os
sacrifícios, o templo e seus aparatos eram simples sombras, símbolos que
apontavam para o real e o verdadeiro, Jesus, a oferta perfeita e o sumo
sacerdote perfeito que ministra no santuário celestial.
- O
autor ressalta mais uma vez que o sacrifício de Cristo foi único, perfeito e
para sempre, o qual nos garante a salvação eterna.
13. Um Apelo à Perseverança na Fé, na
Esperança e no Amor (10.19-25).
O
autor de Hebreus inicia este trecho de sua carta com uma conjunção conclusiva
(“portanto”, NVI; “pois”, ARA). Isso indica que o trecho a seguir é uma
conclusão da argumentação doutrinária feita anteriormente. Mas o autor não
retoma apenas o que foi dito imediatamente anterior, mas na verdade, tudo que
foi exposto em toda sua carta. Pelo fato de Jesus ser o sumo sacerdote
perfeito, eterno, estar sempre à direita do Pai Celeste no santuário celestial
e ser a oferta perfeita, absoluta, irrepetível e que não precisa ser
complementada é temos plena confiança para entrar no Lugar Santíssimo.
Aqui
o autor lança mão, mais uma vez, de figuras conhecidas e prezadas por seus
leitores, no caso, o templo de Jerusalém. O templo era dividido em vários
ambientes, do exterior para o interior: o pátio dos gentios, o pátio das
mulheres, o pátio dos homens (aqui ficavam o altar dos holocaustos e as pias de
purificação), o Lugar Santo (onde ficavam o candelabro, o altar do incenso e a
mesa da proposição) e o Lugar Santíssimo ou Santo dos Santos (onde ficava a
Arca da Aliança, cuja tampa se chamava Propiciatório, onde o sumo sacerdote
colocava a bacia com o sangue do cordeiro). No Lugar Santíssimo, todos sabiam,
só o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano. Após a apresentação do sangue
a Deus no Propiciatório, o sumo sacerdote voltava ao pátio dos homens e aspergia
o sangue do cordeiro sobre o povo, significando que seus pecados haviam sido
cobertos. No entanto, no caso dos cristãos, não há mais necessidade de
intermediários. Jesus abriu o caminho do Lugar Santíssimo para todos os crentes
por meio do seu sacrifício e agora todos nós podemos adentrar os Santo dos
Santos, ter comunhão direta com Deus sem a necessidade de sacerdotes, posto que
todo somos sacerdotes.
Assim,
podemos nos aproximar de Deus com a confiança gerada pela fé de que o
sacrifício de Cristo e sua intercessão permanente junto ao Pai nos garante esse
direito. Esta fé produz esperança, pois sabemos que Jesus, aquele que fez tais
promessas é fiel e não falta com sua palavra. Tais realidades devem nos levar e
nos encorajarmos uns aos outros. No caso concreto, esse incentivo e
encorajamento ao amor e às boas obras era mais premente, visto que os
destinatários da carta estavam sofrendo perseguição.
O
v. 25 é uma exortação a que os judeus que haviam crido que Jesus é o Messias
não deixassem de frequentar às reuniões cristãs, pois é no congraçamento
cristão que somos encorajados e fortalecidos na fé. Fechando o trecho, o autor
ressalta a realidade da 2ª Vinda de Cristo. Só esta menção já relembrava a eles
a efemeridade desta vida terrena como eles a conheciam e ressaltava o fato de
que a eternidade é mais valiosa que a vida terrena.
14. Exortação Contra a Apostasia
(26-39).
O
autor da carta faz graves exortações aos seus leitores que, lembrem-se,
cogitavam, por causa das perseguições que estavam sofrendo, retornar ao antigo
caminho do ritualismo. Vejam que o autor começa o trecho com um sonoro “SE”, ou
seja, é uma hipótese. Aqui ele trata da apostasia e não de um pecado qualquer.
Trata-se de uma rebelião consciente e deliberada contra Deus, uma rejeição do
sacrifício de Cristo. A questão que ele quer demonstrar é: Não existe salvação
a não ser mediante o sacrifício e ressurreição de Cristo; se alguém, depois de
devidamente instruído sobre isso, deliberadamente rejeita essa opção, não há
possibilidade de ser salvo e aí receberá o castigo divino, posto que não tem a
salvação. E o autor diz que não resta opção para ele. Sua rejeição do
sacrifício de Cristo é um insulto ao Espírito Santo e, portanto, não tem
perdão. Como alguém poderia ser perdoado se rejeita a única coisa que pode lhe
garantir perdão? O único caminho que lhe resta é o inferno e cair nas mãos do
Deus vivo.
Falando
sobre as perseguições que seus leitores estavam sofrendo, ele os encoraja a
suportá-las, lembrando-lhes de duas coisas: 1. Eles já haviam sido perseguidos
anteriormente e suportaram a perseguição. Por que então não poderiam suportar a
perseguição atual? 2. Eles também apoiaram outros cristãos que sofreram
perseguição. Ou seja, a perseguição não é motivo suficiente para apostatar,
pois aquele que é fiel virá e trará com Ele a recompensa dos seus fiéis, que
vivem pela fé, comprometidos com Cristo.
Finalizando
o trecho, o missivista utiliza duas conjunções adversativas: “porém” e “mas”.
Apesar das duras advertências contra a apostasia, o autor diz: “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e
são destruídos, mas dos que creem e
são salvos” (v.39). O autor estava convicto de que seus leitores, uma vez que
estavam salvos, não iriam cometer o pecado da apostasia, mas permaneceriam
firmes na fé, fé da qual ele vai falar no cap. 11.
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