
Uma preparação para o Advento
A Palestina nos
tempos de Jesus
Rev. Ítalo Reis Dantas
Igreja Presbiteriana de Natal
A partir do próximo domingo,
vamos entrar no período do Advento, o período dos quatro domingos antes do
Natal (Nascimento de Jesus). Pensando nisso, vamos entender um pouco o contexto
histórico da época que recebeu o menino Jesus.
O primeiro elemento do contexto
da Palestino no I século é, sem dúvida, a influência do Império Romano naquele
espaço. De acordo com Christiane Saulnier, Roma tem domínio sobre a Palestina
antes da primeira metade do séc. I a.C., e esse domínio era fundamental para o
controle das terras romanas da Ásia Menor e da Síria que sofriam assédio de
outros povos. Nisto, os romanos submetem à vassalagem as terras da Palestina,
mas concedem alguns benefícios a estes novos súditos.
Dentre os benefícios dados aos
judeus estão a isenção do serviço militar, o direito de guardar o sábado, não
podendo carregar itens militares ou prestar serviços neste dia, e o direito de
cultuar o Deus de seus pais. Entretanto, para usufruir desses direitos, os
judeus deveriam pagar impostos a Roma. Outra imposição foi o fim do reinado
judeu, que anteriormente era exercido pela família dos Macabeus, mas que, com a
dominação romana, passou a ser exercida por Herodes, um correligionário romano
helenista. Outra dimensão diz respeito ao sumo sacerdote, que corresponde à
maior força da Palestina, não mais da descendência de Arão, mas designado por
Herodes, dentre as quatro famílias leais a ele e a Roma.
Na palestina da época existiam
quatro grupos político-religiosos, dentre eles os saduceus, que “se consideravam como os detentores do sacerdócio
legítimo, descendentes do sacerdócio e da aristocracia da época dos Macabeus,
abertos para o helenismo e que mantêm fidelidade à dinastia dos Asmoneus”.
O segundo grupo são os zelotes, que “têm uma confiança
absoluta em Deus, no Templo e na Lei, e visam ações de ‘extermínio dos ímpios’,
apressam a vinda do seu reino, do seu Messias, por meio da força”. O terceiro
grupo eram os fariseus, que estavam
muito próximos do povo, praticavam uma vida piedosa e tentavam viver a lei e
difundi-la aos demais judeus; além disso, os fariseus “procuram ser separados
do povo (este é, ao que tudo indica, o sentido de seu nome): eles o consideram
por demais ignorante da Lei e, sobretudo, impuros”.
Por fim temos os essênios, grupos fechados que viviam na
exclusão social e nas práticas devocionais, geralmente fora das cidades, não
aceitando o domínio romano sobre as instituições judaicas.
Um elemento que liga os três últimos
grupos citados é a resistência que tinham ao domínio romano em solo palestino,
de modo que cada um deles usava as ferramentas que estavam à disposição para
lutar contra este sistema de vassalagem à Roma que imperava.
Jesus irá constantemente lidar
com estes grupos no período de seu ministério e entender este contexto nos
ajuda a entender melhor como os evangelhos narram certos eventos da vida de
Jesus.
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Até o próximo texto.
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