ESTUDOS NA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Nº 05
CRISTO É SUPERIOR A MOISÉS
Rubens
Cartaxo Junior
Presbítero Emérito da
Igreja Presbiteriana de Natal
Olá,
voltamos com nossos estudos sobre a Epístola aos Hebreus. Hoje vamos iniciar o
Capítulo 3º, no qual o autor faz uma declaração extremamente contundente aos
ouvidos de um judeu.
RECORDANDO:
Autor: desconhecido;
Destinatários: Líderes judeus que aceitaram a mensagem de que Jesus
era o Messias, mas que estavam titubeantes em sua decisão, visto que a maioria
dos judeus não aceitaram tal mensagem, e estavam considerando retornar à antiga
fé.
Propósito: Restaurar a confiança dos irmãos e fortalecer a
convicção de que tinham tomado a decisão correta.
- Jesus é apresentado de forma majestosa, como Deus e
como homem, o Filho de Deus. É apresentado como superior aos anjos e o autor
faz várias advertências sobre descrer no que foi dito anteriormente.
JESUS É
SUPERIOR A MOISÉS (3.1-6)
Moisés
é o maior profeta dos hebreus. Foi ele o escolhido de Deus para transmitir ao
povo a Lei e estruturar o Judaísmo. Sem Moisés, o Judaísmo como conhecido e
praticado no I Século não existiria. Pois bem, o autor da carta diz claramente
que Jesus, o carpinteiro que teve uma morte ignominiosa numa cruz é superior a
Moisés!
Ele
inicia o trecho chamando os destinatários da carta de santos irmãos, ou seja, há uma vinculação fraternal entre eles. Na
realidade uma dupla vinculação, pois
são irmãos por serem do mesmo povo e são irmãos em Cristo. Além disso, o autor
os chama de santos, ou seja, separados.
E não somente isso, pois o autor afirma que aqueles irmãos são participantes do
chamado celestial, ou seja, foram
separados para atender a um chamado, a uma escolha divina.
Tais
verdades levam à exortação de que devem eles fixar os pensamentos em Jesus, o qual é apóstolo e sumo sacerdote. Aqui temos duas figuras fundamentais: uma
referente à Nova Revelação (NT - Jesus) e outra referente à Antiga Revelação
(AT – Moisés): O apóstolo e o sumo sacerdote. Apóstolo significa “enviado” e o
sumo sacerdote tinha o papel de intermediário entre Deus e o povo judeu. O
enviado (apóstolo), traz uma mensagem de Deus aos homens; o sumo sacerdote
levava a oferta dos homens a Deus. Jesus sintetiza em si ambas as tarefas.
Ao ordenar que os irmãos fixassem os
pensamentos em Jesus, o autor deseja que os destinatários não desviassem
sua atenção de Jesus, que afastassem do pensamento aquilo que lhes estava
perturbando e embotando sua percepção do Messias.
Em seguida, ele passa a fazer a
comparação entre Jesus e Moisés, o maior dos profetas hebreus, o homem que
libertou o povo do escravizado e o tirou do Egito. Na primeira comparação, é
demonstrado que ambos foram fiéis, mas há uma diferença gritante: Moisés foi
fiel na casa de Deus, mas Jesus é o construtor da casa. Moisés foi fiel
enquanto servo, mas Jesus foi fiel como Filho sobre a casa de Deus. Jesus
é apresentado não como mais um profeta, mas como o Filho de Deus. Ora, dizer
que uma pessoa é Filho de Deus é o mesmo que dizer que tal pessoal é revestida
de deidade, ou seja, também é Deus. C.S. Lewis em seu livro “Cristianismo Puro
e Simples” tem um argumento bastante interessante: Aquilo que é criado é
inferior ao criador, aquilo que é gerado é igual ao que o gerou. A pintura do
pintor, a estátua do escultor, a talha do entalhador, por mais perfeição que
tenham não são iguais ao seu criador, são inferiores, não possuem vida, não são
humanos. Já seus filhos, por eles gerados, participam da humanidade do pai e da
mãe. Essa é a razão pela qual o homem não é divino, pois foi criado, é inferior
ao Criador, mas o Filho de Deus compartilha sua divindade.
E o que ou quem é esta Casa de Deus a
quem o autor se refere? Seria por acaso o Templo? Não. O autor é claro em dizer
que essa casa somos nós, os crentes, aqueles que se apegam firmemente à
confiança e esperança. Aqui há uma clara mensagem de constância, de perseverança,
de firmeza das convicções, coisa que eles estavam precisando ouvir: precisamos
continuar firmes na fé neste Jesus, que é o Messias, o Filho de Deus, superior
aos anjos e superior a Moisés. E essa é a nossa glória: conhecermos esse Jesus.
Uma outra lição que podemos extrair é
que não há duas casas, apenas uma, ou seja, apenas um povo. Deus não tem dois
povos, mas apenas um, e este povo, a partir da morte e ressurreição de Jesus
agrega judeus e gentios, posto que para fazer parte desse povo só há necessidade
de ter a fé de Abraão e não necessariamente ser descendente genético de Abraão.
No
próximo estudo veremos que o autor volta a alertar seus leitores a não
abandonar a fé em Jesus.
Continue
nos acompanhando. Até o próximo estudo!
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