“Os diáconos igualmente
devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros
desonestos.” (1 Timóteo 3:8)
Doravante, continuaremos
a falar sobre os atributos diaconais. E um dos pilares que um diácono deve
deixar explícito ao povo da igreja é a sua sinceridade. Devemos ter solidamente
em mente que a sinceridade reflete o caráter de Cristo, pois o Senhor nunca
falou com astúcia nem com engano. Os diáconos não somente devem ser homens
cheios do Espírito Santo, mas devem também ser “respeitáveis” e de “uma só
palavra”. Deve, com isso, evitar o pecado da bajulação, falando, assim, a
verdade em amor. Pessoas que têm uma “língua bifurcada”, ou seja, pessoas dadas
a um modo falso de falar, estão sumamente desqualificadas para o serviço
diaconal. O “sim” de um diácono deve ser sim, e o “não” deve ser não (2 Coríntios 1:17-18). Essa virtude de
sinceridade ajuda muito quando for preciso acalmar ânimos e apaziguar conflitos.
O diácono deve ter essa virtude e ser apto a solucionar muitos problemas. Mesmo
que a solução não tenha saído do jeito esperado, pelo menos as pessoas
receberão uma ajuda imensa se puderem ver que foram tratadas com sinceridade e
amor. As pessoas devem encontrar num diácono um homem de palavra. Antes de
eleger alguém a essa nobre vocação, devemos fazer algumas perguntas a nós
mesmos, são elas: O candidato tem a reputação de ser um homem de palavra? Ele
costuma ser consistente no seu falar com diferentes pessoas? O aspirante ao
cargo costuma falar a verdade em amor, sem ferir outros nem deixar de
edificá-los? Tendo nós sempre em mente que a igreja deve procurar homens que
sejam bons apaziguadores também.
A missão dos diáconos,
afinal, é o de cuidar das questões práticas do corpo congregacional que, muitas
vezes, envolve benevolência. Há um enorme ganho na vida da igreja quando esta
tem líderes e mestres que podem dar o exemplo de serem pessoas livres de
qualquer vício e compulsão. É evidentíssimo, portanto, que o diácono deve ser
um homem autocontrolado e com visível domínio próprio quando se trata de
quaisquer tipos de bebidas alcoólicas. Deve-se falar também que ao buscar
candidatos ao diaconato, a membresia estará procurando pessoas que demonstram
uma boa mordomia dos seus recursos, tendo em mente a prioridade do reino, em
vez de desejos de ganhos e vantagens.
“Devem
ser primeiramente experimentados; depois, se não
houver nada contra eles, que atuem como diáconos” (1 Timóteo 3:10). Essa recomendação de Paulo na carta a Timóteo é muito perspicaz. Os
diáconos têm de ser experimentados e postos à prova, todavia, a maneira como
isso deve ser feito não está especificado na Escritura neotestamentária, e os
versículos que se seguem falam que para tal coisa acontecer é necessário se dar
tempo, logo, é-se levado a acreditar que a prova ou experimentação tem de ser
algo de muita consideração e cuidado na avaliação da vida do homem indicado ao
cargo ou já eleito. Tal prova, possivelmente, deverá envolver os tipos de
qualificações espirituais descritas ao longo de 1 Timóteo 3. Torna-se, com
isso, indispensável fazermos as boas e velhas perguntas: o provável diácono é
uma pessoa madura e um cristão em crescimento? O tempo não prediz, infalivelmente,
maturidade, mas, de forma geral, pessoas recém convertidas ainda não foram
provadas e têm boas doses de imaturidade. Não
quero dizer também que exista um número mágico de anos que se devam passar para
que se esteja elegível ao ofício, mas as igrejas devem examinar pormenorizadamente
o indivíduo quanto à sua preparação e capacidade. Pode-se perceber os frutos do
Espírito em sua vida? Ele está crescendo à medida da estatura da plenitude de
Cristo, e contribuindo para que outros cresçam com ele em Cristo? (Efésios 4:11-16). O provável diácono
demonstra competência em área de serviço? Existe alguma coisa que poderá
desqualificar o candidato para o serviço que se requer? A congregação apoia o
diácono em potencial a assumir seu ministério?
Por fim, o diácono, ainda
mais presbiteriano, deveria ter certa familiaridade com as confissões de fé da
igreja e principalmente com a sua constituição (Manual Presbiteriano). Há uma
parte na constituição que tem por título Modelo
de Regimento Interno para a Junta Diaconal, tal parte traz a definição da
Junta, diz suas finalidades e seus métodos de ação, indispensável a todo
diácono eleito ou todo aquele em potencial. Todos esses atributos estão unidos
de modo inextricável e indissolúvel, e, portanto, devem ser analisados
detalhadamente pelos elegíveis e eleitores. O Senhor não estabeleceu o ofício
de diácono como algo extra, na igreja local. O ofício não existe como um anexo
obsoleto. Ao contrário, os diáconos servem à mesa do Senhor com vistas a
facilitar o avanço do Evangelho, a saúde do corpo local e o regozijo dos
santos. Os diáconos são indispensáveis à igreja. Com muita razão Paulo
concluiu: “Os que servirem bem alcançarão
uma excelente posição e grande determinação na fé em Cristo Jesus” (1 Timóteo
3:13). Que egrégia vocação!
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