Michelangelo Merisi Caravaggio (1571-1610) |
O encanto por super-heróis não é
exclusividade da geração de hoje. A famosa editora americana criadora de
quadrinhos e de mídias relacionadas, a Marvel, lançou sua revista nº 1 em 1939
e desde então é só $$$ucesso. Quem, em qualquer lugar do mundo, nunca ouviu
falar no Homem-Aranha, no Hulk, no Homem de Ferro ou no Capitão América?
O Universo Marvel é permeado de
personagens com poderes especiais que os fazem heróis fantásticos unidos em
combate ao mal. São batalhas empolgantes, com diálogos divertidos, que sugerem não
haver grandes dificuldades em tudo aquilo que fazem. O cientista Bruce Banner,
após ser atingido por raios gama, vira o Hulk que sai esmagando geral. O jovem
franzino e de fraca saúde Steve Rogers, após aplicação de um soro experimental do
Projeto Super Soldado, transforma-se no super-herói patriota de habilidades
sobre-humanas, que com seu escudo quase indestrutível, torna-se indispensável
para proteção do mundo. O órfão Peter Parker, após picada de uma aranha, passa
de adolescente vítima de bullying
para o super-herói mais popular da classe teen.
Legal, sem dúvida!
Mas aí nos perguntamos se não
seria muito mais fascinante os heróis contados nas Escrituras Sagradas, aqueles
que foram homens de verdade, que enfrentaram batalhas no mundo real, que venceu
um gigante com uma pedrinha, que matou mil homens com uma queixada de jumento e
que fez o sol parar? Por que será que as
nossas crianças – ops, não só elas... – não se empolgam na mesma proporção com
os heróis da fé? O babado é tão forte que chega ao ponto de cantarem o corinho
sobre a heroica batalha de Josué em Jericó – diga-se de passagem, a mais
conhecida – citando o Jericó como um tal que faz parceria com Josué (... vem
com Josué e um tal de Jericó...), como se fossem Batman e Robin. Minha gente,
terrível!
A questão é a seguinte. Não tem a
história de que tudo acaba em pizza? Eu peço licença ao autor da assertiva para
ampliá-la. Tudo, na verdade, termina em fast-food.
É isso que o povo quer e essa geração muito mais que outrora. Como assim?
Estais a trocar alhos por bugalhos? Não. Deixe-me explicar. Os heróis seculares
são fast-food e os heróis da fé é
aquele jantar 5 estrelas, maravilhoso, que você espera tanto que parece que o chef, ainda, foi pescar o camarão, foi à
França buscar a mostarda Dijon e deu
uma passadinha na Itália para pegar a massa caseira. O gosto é inigualável, mas
toda a espera só se faz esquecida após a primeira taça de vinho.
É absolutamente tentador
transformar-se em um herói apenas com uma picada, seja de uma aranha ou de um
soro fantástico, encontrando-se plenamente apto a enfrentar todas as batalhas
contra o mal. Ao passo que parece, a principio, desestimulante tornar-se um
herói depois de percorrer um caminho permeado de algumas (ou muitas)
adversidades, tais como passar mais de 100 anos construindo uma arca; ser posto
à prova de matar seu único filho; fugir de casa para não ser morto pelo irmão,
ser enganado pelo tio e trabalhar 14 anos pela mulher amada; ser vendido pelos
irmãos e depois perdoá-los; ser preso injustamente; aguentar 40 anos de muído
de um povo obstinado no deserto (enquanto não aguentamos 5 minutos de muído da
esposa); enfim, a lista não é pequena, meus irmãos.
O nosso Deus sempre foi, é e será
contracultura. Lembremos do Salvador do mundo, o filho do Rei dos Reis, que se
despojou da sua glória, se fez homem, nascido em uma manjedoura, num estábulo e,
humilhando-se a si mesmo, foi obediente até a morte e morte de cruz. Essa é a
beleza do nosso Deus! Diante disso, acho que perde qualquer graça o tentador fast-food?
Então, irmãos do Caminho:
Não se amoldem
ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que
sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade
de Deus. Romanos 12:2
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