OS DEZ MANDAMENTOS - QUINTO ESTUDO (por Presb. Rubens Cartaxo)


Bem-vindos todos ao nosso quinto estudo sobre os Dez Mandamentos baseados no Breve Catecismo de Westminster. Hoje estudaremos as perguntas 53 a 56. Hoje trataremos sobre o terceiro mandamento do Decálogo.

Pergunta 53. Qual é o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento é: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20.7).
Pergunta 54. Que exige o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento exige o santo e reverente uso dos nomes, títulos, atributos, ordenanças, palavras e obras de Deus (Sl 29.2; Mt 6.9; Ap 15.3-4; Ml 1.14; Sl 138.2; Sl 107.21-22).
Pergunta 55. O que proíbe o terceiro mandamento?
Resposta: O terceiro mandamento proíbe toda profanação ou abuso das coisas por meio das quais Deus se faz conhecer (Ml 2.2; Is 5.12; Sl 139.20; Tg 1.13; Mt 26.74).
Pergunta 56. Qual é a premissa anexa ao terceiro mandamento?
Resposta: A premissa anexa ao terceiro mandamento é que, embora os transgressores deste mandamento escapem do castigo dos homens, o Senhor nosso Deus não os poupará do seu justo juízo (Dt 28.58-59; Sl 139.20; Sl 83.18; Zc 5.3).

O terceiro mandamento deixa claro que Deus é um Deus sério. Deus é misericordioso, Deus é amoroso, Deus é Deus perdoador, mas também Ele deve ser levado a sério. Não se pode brincar com Deus. Este terceiro mandamento, dentre outras coisas, alerta a humanidade (já vimos que a Lei Moral, resumida nos 10 Mandamentos, é válida para toda a humanidade e não somente para os judeus e cristãos) contra a blasfêmia.

É triste, e revoltante ao mesmo tempo, ver como há tanta blasfêmia contra o Santo Nome de Deus hoje em dia. Quantas piadas, anedotas, programas de “humor” têm transgredido o terceiro mandamento. Deus, na Sua infinita misericórdia tem retido Sua ira contra tais transgressores, mas, sabemos, um dia lhes pedirá conta disso também. Calvino nos ensina: “A finalidade do mandamento é que Deus quer que consagremos a majestade de seu nome. Em resumo, isso quer dizer que não devemos profana-lo, tratando-o com menosprezo e de modo irreverente” (Institutas, TR. W. Luz, II, viii, 22 apud VAN HORN, Leonard T., Estudos no Breve Catecismo de Westminster, Ed. Os Puritanos, p. 106).

Vivemos numa sociedade nominalmente cristã, mas em grande medida, uma sociedade que nega a Deus por suas práticas diárias. Como crentes, devemos ter o maior cuidado e a maior atenção para não andarmos por tais veredas. Lembremo-nos do Salmo 1º.

Além disso, o mandamento exige também reverência com os títulos e atributos divinos, bem como com a Sua Revelação. O Catecismo Maior de Westminster, em sua resposta à pergunta 113 afirma viola o terceiro mandamento por “blasfêmias, perjúrios, maldições, juramentos, votos e sortes ímpios”. Lembremo-nos que Jesus nos ensina claramente que não devemos jurar pelo Nome de Deus, nem pelos céus, mas que nossa palavra deve ser sim, sim, não, não, ou seja, a palavra do cristão deve ser confiável sem necessidade de apelar para juramentos a fim de que os outros confiem no que está sendo dito.

Deve-se alertar, ainda, que o ensino de heresias também é uma afronta ao terceiro mandamento. Não se iluda: qualquer pessoa ou grupo religioso que, mesmo apresentando-se como cristão, incluir no seu culto elementos como rosas ungidas, sal grosso, águas milagrosas e quaisquer outros objetos que tenham “poder” em si mesmos, está ensinando heresia e assim, violando o terceiro mandamento.


Deus, o Todo-Poderoso, o Senhor da História, o Criador, deve ser tratado com o devido respeito e com a devida reverência. Isso não implica em distanciamento ou falta de intimidade, mas sim que Ele não é um vovô bonachão, sempre disposto a desculpar os pecados dos homens. Não! O pecado é algo terrível e custou a vida do Senhor Jesus. Deus cobrará cada pecado cometido pelos homens, inclusive, como diz o mandamento, aqueles cometidos contra Seu nome. Cuidemos de ser reverentes, pois “o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Ex 20.7).

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