Benvindos todo todos ao nosso décimo segundo estudo
sobre o Decálogo. Hoje abordaremos o décimo
mandamento. Com este estudo encerramos essa série de estudos. As perguntas
do Breve Catecismo de Westminster que comentaremos são as de número 79 a 81.
Espero que estes estudos tenham sido proveitosos para vocês.
Pergunta 79: Qual é o décimo
mandamento?
Resposta: O décimo
mandamento é: “Não cobiçarás a casa do teu próximo; Não cobiçarás a mulher do
teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo” (Êx 20.17).
Pergunta 80: O que exige o décimo
mandamento?
Resposta: O décimo
mandamento exige o pleno contentamento com a nossa condição, bem como
disposição para com o nosso próximo e tudo o que lhe pertence (Hb 13.5; Rm
12.15; Fp 2.4; 1Co 13.4-6).
Pergunta 81: O que proíbe o décimo
mandamento?
Resposta: O décimo
mandamento proíbe todo descontentamento com a nossa condição, todo movimento de
inveja ou pesar à vista da prosperidade do nosso próximo e todas as tendências
ou afeições desordenadas a alguma coisa que pertence a ele (1Co 10.10; Gl 5.26;
Cl 3.5).
Finalizando nossa série de estudos no Decálogo, vamos
considerar os ensinamentos do décimo e último mandamento. É sempre oportuno
lembrar que os Dez Mandamentos sintetizam a Lei Moral do SENHOR para toda a
humanidade e que Ele a gravou no coração de TODOS os homens, como nos diz Paulo
em Romanos, razão pela qual os homens são indesculpáveis diante de Deus, pois
todos os homens, em todos os tempos e em todos os lugares, transgridem tais
mandamentos. Essa é razão pela qual Jesus veio para morrer e ressuscitar pelos
seus e assim salvá-los eternamente (Jo 1.12,13; Jo 6.35-39, 44). Caso os homens
cumprissem os Dez Mandamentos, teríamos uma vida bem melhor, com mais
fraternidade e mais justiça.
“A palavra ‘cobiçar’ neste mandamento incluiria os
dois aspectos das palavras gregas conforme se encontram no Novo Testamento. O
sentido seria ‘um desejo insaciável de conseguir o mundo’ e também incluiria um
‘amor desmedido do mundo’” (VAN HORN, Leonard. 2013, p. 143). Nesse diapasão,
podemos dizer que o cobiçoso não mede consequências para conseguir o que
almeja. Para ele, o fim justifica os meios. O mandamento alerta justamente para
que o homem não enverede por esse caminho, que é caminho de morte.
A melhor defesa contra a cobiça é o contentamento.
Contentar-se significa ficar contente com o que Deus nos deu até o momento,
reconhecendo que Dele vem todas as graças. Contentamento, entretanto não
significa acomodação ou preguiça. O cristão pode almejar crescer e
desenvolver-se, inclusive materialmente, desde que não ponha nas riquezas e nos
bens materiais o seu coração, que não faça das riquezas o seu ídolo.
Tudo que é alcançado pelo cristão através do trabalho
honesto é bênção do Senhor e não há pecado nisso. O mandamento proíbe desejar
ilicitamente o que é do outro, mas não veda o desejo de desenvolver-se através
do estudo, do esforço pessoal e do trabalho honesto. O segredo é alegrar-se com
o que o Senhor lhe deu até agora e não ficar chateado porque alguém tem mais
que você. A ética protestante em geral e calvinista, em particular é a ética do
trabalho e do esforço pessoal, contando que Deus vai abençoar quem assim age.
Mas o que é do outro, é do outro.
Este décimo mandamento implica no respeito à
propriedade do próximo. Obviamente não podemos nos apossar dos bens do próximo,
isso seria furtar, o que foi tratado no oitavo mandamento. Este décimo
mandamento é ainda mais exigente, pois trabalha não apenas a ação de se apossar
do que não é nosso, mas trabalha o desejo íntimo de se apossar do que é do
outro, mesmo que esse desejo nunca se concretize na prática. Este mandamento
vai direto no coração, vedando desejos invejosos.
A única forma de cumprirmos a Lei Moral de Deus
expressa nos Dez Mandamentos é sermos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18) e só
podem ser cheios do Espírito Santo aqueles que tiveram um encontro pessoal com
Jesus e experimentaram o novo nascimento (Jo 1.12-13; Jo 3.5-7). Se você ainda
não teve um encontro pessoal com Jesus, hoje é o dia: arrependa-se de seus pecados
e creia que o sacrifício de Jesus na cruz do calvário é suficiente para a sua
salvação, não havendo necessidade de mais nada e que não há meio de comprar ou
merecer a salvação, pois esta vem pela graça.
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